HELENA
O
conselheiro vale morreu as 7:00 horas da noite de 25 de abril de
1859 de apoplexia fulminante,pouco depois de cochilar a sexta.
Segundo
costumava dizer,é quando se preparava a ir a partida de voltarete
na casa de um desembargador,seu amigo.
O doutor
Camargo,chamado a pressa nem chegou o tempo de empregar os recursos
da ciência:O padre melchior não pôde dar-lhe as consolações da
região,a morte fora instantânea.
No dia
seguinte fez-se o enterro,que foi um dos mais concorridos que ainda
viram os moradores do Andaraí.
A
família do conselheiro compunha-se de duas de duas pessoas: um
filho,o doutor Estácio, e uma irma ,dona úrsula. Contava esta de 50
e poucos anos,era solteira vivera sempre com o irmão,Estácio de 27
anos e era formado em matemáticas .uma disposição
havia,porem,verdadeiramente importante,o conselheiro declarava
reconhecer uma filha natural,de nome Helena,havida com dona Angela da
soledade.
Esta
menina estava sendo educada em um colégio de botafogo. O
reconhecimento de Helena era um ato de ursupação e um péssimo
exemplo.
A nova
filha era no seu entender uma intrusa,sem nenhum direito ao amor de
parentes.
Na
situação criada pela Cláusula testamentaria do conselheiro,Estácio
aceitou a causa da irma a quem já via com olhos diferente. As
primeiras semanas de Helena na casa ocorreram sem nenhum sucesso,mas
ainda assim interessantes Camargo mal avistou de longe e desceu.
Desceram
todos ao jardim,Dona Tomésia entreteve duas visitas ,Camargo foi
mostrar a outra sua coleção de flores, A flor existia a Eugênia
colheu e deu a Estácio.
Estácio
dirigiu ao portão abriu em um moço que ali estava entrou
precipitadamente era Mendonça.
Os dois
mancebos lançaram-se nos braços um do outro,ao ouvir que era a irma
de Estácio Mendonça ficou espantado.
Já
acertou de cair na cabeça da cavaleira,foi original que corou. Dona
Ursola não tinha decerto o instinto da arte,mas o amor da família
lhe ensinara uma estética do coração e esta bastou a faze-la
adimirar o trabalho de Helena.
Enquanto
duas senhoras senhoras foram tratar das disposições do dia,Estácio
mandou selar o cavalo e saiu.
Helena
deu três tapinhas no joelho com a ponta do leque e enfiou os olhos
pela porta de comunicação depois voltou-se para o medico.
Camargo
ia sentar-se a mesa quando entregaram a carta de Estácio leu-a para
si,mas a filha leu nos lábios dele daquele sonho foi despertada pelo
pai,que lhe imprimiu na testa seu segundo beijo.
A mulher
do Dr. Camargo via o casamento com olhos diferente do marido,o que
ela sobretudo via,eram as vantagens morais da filha própria
felicidade aquele dia foi marcado no calendário da mendonça com
letras de ouro,a noite desceu coroada de rosas.
Sozinho
com Estácio o capelão contemplou-o longo tempo depois alçou os
olhos ao retrato do conselheiro melancolicamente voltou-se para o
moço ergueu-o e abraçou com ternura.
Ânimo
meu filho! Disse ele
Perdi
tudo mestre!Gemeu Estácio ao mesmo tempo na casa do rio comprido,a
noiva de Estácio consternada com a morte de Helena,triste com a
lúgubre cerimônia recolhia-se tristemente ao quarto de dormir,e
recebia a porta o terceiro beijo do pai.
Autor:Machado
de Assis
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